Fatura de energia

Tudo o que precisa de saber sobre a sua fatura!

Por vezes a leitura das faturas de energia pode ser um verdadeiro quebra-cabeças… Mas não tem de ser assim! Acompanhe-nos na leitura deste tópico e aprenda a decifrar a informação que vem na sua fatura.

Logo na primeira página de cada fatura pode consultar informação generalista sobre a sua fatura, como é o caso da data-limite para pagamento da fatura ou a data a partir da qual será feito o débito caso tenha o serviço de débito direto ativado. O valor total da sua fatura inclui os custos associados aos seus consumos de energia, os custos dos serviços assinados e as taxas e impostos. Ainda na primeira página, existe uma área referente aos consumos de energia, onde poderá consultar as leituras comunicadas ou estimadas. Damos-lhe um conselho: se possível, comunique todos os meses as suas contagens de eletricidade, gás e água, assim só paga o que consumir e evita acertos.

Ainda na primeira página, encontrará indicada a sua tarifa horária contratada. Para entender melhor as diferenças entre estes três tarifários horários é importante entender que o consumo energético do cliente final varia segundo três períodos:

• Horas de vazio – o período do dia com menor consumo de eletricidade, como à noite e aos fins de semana.
• Horas de cheia – o período do dia com um consumo mediano de eletricidade.
• Horas de ponta – o período do dia com maior consumo de eletricidade, como ao início da manhã e ao final da tarde.

No entanto, as variações de consumo não dependem apenas destes horários, pois há diferenças significativas entre o comportamento de consumo nos dias úteis e aos fins de semana. Por isso mesmo, ao estabelecer os valores do kWh numa tarifa bi-horária (ou tri-horária), as empresas comercializadoras de energia podem fazer uma diferenciação dos preços segundo dois ciclos:

• Ciclo diário – nesta modalidade, as horas de vazio, cheia e ponta são cobradas igualmente durante todos os dias.
• Ciclo semanal – nesta modalidade, o preço do kWh cobrado nestes períodos varia entre os dias úteis e os fins de semana.

Assim, a tarifa horária poderá variar de acordo com o período e com o ciclo. As três tarifas horárias existentes são as seguintes:

• Simples – como o próprio termo clarifica, a cobrança é simples e por isso o valor do kWh nunca varia, independentemente do dia ou do horário de consumo.
• Bi-horária – neste caso o custo do kWh variará consoante o consumo ocorra em horas de vazio ou horas de ponta/cheia, sendo o custo de kWh menor em horas vazio e maior em horas de ponta/cheia.
• Tri-horária – neste caso o custo do kWh variará consoante o consumo ocorra em horas de vazio, horas de ponta e horas de cheia, sendo o custo de kWh menor em horas vazio, médio em horas de cheia e mais elevado em horas de ponta.

Neste sentido, se aderir à tarifa simples não irá enfrentar variações de preço de kWh em diferentes horários de consumo. Já se aderir à tarifa bi-horária ou tri-horária deverá analisar os períodos de menor custo de kWh de forma a concentrar as utilizações de equipamentos nesses períodos de forma a reduzir custos associados ao consumo de energia.

A fatura apresenta também uma secção com os dados relativos ao contrato, nomeadamente o nome e morada do titular, o CPE (Código Ponto de Entrega – Código único que identifica o ponto de entrega) e a potência que está contratada. A potência contratada tem um valor fixo diário (também conhecido por termo fixo) influenciado pelo tipo de tarifa e pela própria potência (quanto maior for, maior será o valor a pagar). A potência contratada poderá ser sempre alterada de acordo com as suas necessidades e não tem qualquer tipo de custo associado!

Na sua fatura pode também consultar os custos associados às taxas e impostos, como por exemplo o IVA, a taxa de exploração da direção geral de energia, o imposto especial do consumo e a contribuição audiovisual. Por fim, no final da sua fatura de eletricidade poderá consultar a informação estatística referente ao seu consumo de energia, de acordo com a fonte utilizada para a produção da mesma, bem como as emissões de CO2 geradas.

Que hábitos posso mudar no meu dia a dia para poupar na fatura da eletricidade?

Em primeiro lugar, é muito importante conhecer e compreender os seus consumos de energia. Para isso é necessário compreender alguns conceitos importantes, nomeadamente: Energia = Potência x Tempo. Mas o que quer isto dizer? Ao multiplicar a potência de um equipamento pelo tempo de utilização irá obter a energia consumida pelo equipamento. O valor da potência do equipamento pode ser consultado no próprio equipamento em chapas ou pequenas etiquetas ou alternativamente no manual de instruções que o acompanha. Atente que a potência costuma ser indicada em Watt e que 1000 Watt (W) correspondem a 1 Kilowatt (kW). Ainda não está totalmente esclarecido?

Veja este exemplo:

Agora que já sabe calcular a energia consumida pelos seus equipamentos é preciso saber traduzir esse valor para o custo associado à sua utilização. Para tal é importante conhecer o preço da energia elétrica, que geralmente ronda os 0,20€/kWh e que poderá consultar na sua fatura de eletricidade. Assim, olhando novamente para o nosso exemplo, podemos estimar facilmente o custo associado à utilização da televisão, multiplicando a energia consumida pelo seu custo concluímos que a televisão custa anualmente perto de 10€ (51,1 kWh x 0,20€ = 10,22€)!

Para além de estar atento aos seus consumos é também importante desligar os equipamentos da tomada quando não os está a utilizar. O router, a box ou até mesmo a televisão em standby representam consumos de energia, que embora pareçam não ter grande expressão ao final do ano podem representar custos significativos na fatura de eletricidade. Existem equipamentos que ajudam a evitar estes consumos como é o caso de uma simples tomada com interruptor. Por exemplo, se ligar à mesma tomada a TV, a box e o router, basta carregar no botão quando sair de casa ou quando for dormir para acabar com os consumos desnecessários de energia! Pode também optar por uma tomada com uma entrada chamada de “master”. Neste caso, ao desligar o equipamento que está ligado a esta entrada, os restantes desligam-se também. Existem também temporizadores, sejam eles analógicos ou digitais, que desligam automaticamente os equipamentos à hora para os quais são programados. Ou se for adepto da tecnologia, pode também optar por tomadas controláveis através de wi-fi. Com este tipo de soluções pode ligar e desligar as tomadas remotamente desde que tenha acesso à internet.

Que hábitos posso mudar no meu dia a dia para reduzir o consumo de água?

Tal como na energia, é importante conhecermos os nossos consumos de água. Os consumos de água podem ser consultados através da fatura da água onde surge a indicação do consumo de água, quer em metros cúbicos (m³) quer em litros (L)! Se converter este valor para a quantidade de garrafas de água correspondentes fica com uma ideia mais clara da quantidade de água que consumiu.

A instalação de um contador inteligente é a melhor solução para monitorizar os seus consumos! No entanto, existem simples ações e cuidados que poderão conduzir a uma melhor gestão e uso da água. Conhecer os programas dos equipamentos de lavagem (como máquinas de lavar loiça e roupa) e optar preferencialmente pelos programas de lavagem ecológicos pode resultar em poupanças de água significativas ao longo do ano! A verificação regular dos dispositivos de sua casa é também uma ação importante para perceber se estão a ocorrer fugas de água através de autoclismos ou torneiras. Pode também verificar o caudal das suas torneiras para perceber se estas são eficientes, para isso basta calcular os litros de água dispensados num minuto. Para fazer a medição deverá abrir na máxima amplitude, a torneira virada para o lado da água fria. Para este efeito, pode utilizar o cronómetro do telemóvel e um copo de medida de um litro e cronometrar os segundos que demora a encher o copo. Poderá depois fazer a conversão de L/segundo para L/minuto e ficar a conhecer o caudal da sua torneira. No caso de uma torneira de lavatório, esta é mais eficiente se dispensar até 4 litros por minuto.

Que medidas de melhoria posso implementar para poupar energia?

Uma casa confortável é também uma casa mais eficiente? Sim! Uma casa mais confortável requer menores consumos de energia para climatização. Mais de 70% do calor das nossas habitações perde-se pelas coberturas, janelas e paredes. Esta perda de calor obriga a que gaste mais dinheiro a tentar aquecer a sua casa, por isso poderá compensar investir na melhoria das soluções construtivas da envolvente da sua habitação.

O isolamento da envolvente opaca, ou seja, da cobertura e das paredes da nossa habitação é um dos métodos mais eficazes para melhorar o conforto térmico. Este isolamento poderá ser realizado pelo interior ou pelo exterior, sendo que pelo interior, tem um custo geralmente mais reduzido. Caso o isolamento seja colocado pelo exterior terá de garantir que a fachada da habitação é mantida e, caso habite num prédio, todos terão de estar de acordo.

Para melhorar a envolvente da sua habitação é importante ter também em conta a envolvente envidraçada – as janelas. Hoje em dia as janelas com vidro duplo e com caixilharia de elevado desempenho térmico são já soluções amplamente disponibilizadas em mercado. A instalação de janelas eficientes poderá permitir reduzir significativamente as perdas de calor e, simultaneamente, melhor o conforto acústico da sua habitação. Para facilitar a escolha deste produto da envolvente, a Adene desenvolveu um Sistema de Etiquetagem Energética para janelas, o CLASSE+, que permite ao cidadão conhecer o desempenho energético da janela, bem como os níveis de conforto proporcionados nas épocas de verão e inverno. Caso as suas janelas ou portas não vedem bem a entrada de ar, poderá corrigir essas infiltrações recorrendo a fitas de calafetagem ou barras de isolamento, geralmente disponíveis em lojas de bricolage.

No que diz respeito aos sistemas de iluminação, deverá apostar na iluminação LED. Hoje em dia já existem LED para todo o tipo de aplicações domésticas e cuja redução de consumo poderá ultrapassar 50% quando comparado com o consumo das lâmpadas fluorescentes.

A climatização e o aquecimento de água são também responsáveis por um considerável consumo de energia na habitação, por isso é importante refletir sobre os equipamentos utilizados para este efeito. O equipamento mais eficiente para aquecer a habitação no inverno é a Bomba de Calor, sendo o ar condicionado a solução mais conhecida. No entanto, existem também outro tipo de bombas de calor capazes de aquecer água para banhos por exemplo. Ou seja, com o mesmo equipamento poderá aquecer e arrefecer a sua casa, bem como produzir água quente para banhos.

Outra opção, são as caldeiras de condensação conectadas a um sistema de aquecimento central. Assim, poderá aquecer a sua habitação e aquecer também as águas para banhos por exemplo. Chamam-se caldeiras de condensação precisamente porque aproveitam a energia presente nos gases de exaustão tornando-se mais eficientes que os esquentadores e outras caldeiras. Em alternativa, poderá ainda optar por uma caldeira a biomassa. Estas caldeiras têm uma particularidade, utilizam biomassa, tipicamente na forma de pellets que é um combustível considerado renovável pois é constituído por restos de madeiras e outras componentes orgânicas de origem vegetal. As caldeiras podem ter painéis solares térmicos acoplados o que permitirá reduzir o consumo de combustível através da utilização de uma fonte de energia renovável.

Falando de energia renovável, o que acha de produzir a sua própria energia? Poderá fazê-lo através da instalação de painéis solares fotovoltaicos! Caso os seus consumos sejam inferiores à sua produção, poderá armazenar o excedente de energia mediante aquisição de baterias ou alternativamente vendê-la à rede. No entanto este valor de venda à rede é muito inferior face ao valor de aquisição da mesma, pelo que o melhor será utilizá-la ao máximo, ou seja, deverá instalar um sistema bem dimensionado e adequado às suas necessidades.

Por esta altura estará a pensar que algumas destas soluções que lhe apresentamos aparentam ser uma boa opção para si, mas o problema é que requerem certamente algum investimento… A parte positiva é que não terá de suportar todos estes custos sozinho! Pode recorrer a fundos e programas de financiamento, como é o caso do Fundo Ambiental que tem apoios específicos para este tipo de intervenções. Visite a página do Fundo Ambiental em www.fundoambiental.pt e descubra os financiamentos disponíveis.

Que medidas de melhoria posso implementar para poupar água?

No que diz respeito ao uso eficiente da água em sua casa, uma das possibilidades mais evidente e fácil de implementar será a instalação de torneiras mais eficientes. Para implementar esta medida poderá procurar pelo rótulo de eficiência hídrica, um aliado valioso para a seleção de dispositivos mais eficientes. Através da substituição de dispositivos como autoclismos, chuveiros e torneiras por dispositivos mais eficientes, poderá atingir-se uma poupança de 227€ ao ano para uma família de 4 pessoas e de 196 mil litros de água. Sim leu bem, 196 mil litros de água e 227€ que pode poupar ao ano!

Por fim, aconselhamos sempre que possível, a instalação de sistemas de monitorização, pois permitem identificar fugas mais facilmente. Atualmente já existem contadores que contemplam funcionalidades como a alarmística para a ocorrência de fugas, sendo nestes casos emitido um alerta para o utilizador sempre que o sistema deteta fugas e que poderá, inclusive, fechar automaticamente a água prevenindo a ocorrência de inundações.

Por esta altura estará a pensar que algumas destas soluções que lhe apresentamos aparentam ser uma boa opção para si, mas o problema é que requerem certamente algum investimento… A parte positiva é que não terá de suportar todos estes custos sozinho! Pode recorrer a fundos e programas de financiamento, como é o caso do Fundo Ambiental que tem apoios específicos para este tipo de intervenções. Visite a página do Fundo Ambiental em www.fundoambiental.pt e descubra os financiamentos disponíveis.